terça-feira, 5 de junho de 2012

Dormir mal pode afetar desempenho em atividades físicas

Segundo o pesquisador, James B. Maas, PhD, professor do departamento de psicologia da Universidade de Cornell e autor do livro Power Sleep (“Poder do sono”, 1998), a maioria das pessoas sofre de privação do sono, de leve à moderada. Ele salienta que ter uma boa noite de sono não é um luxo, mas uma necessidade.

“Seu estado de alerta, energia, desempenho, o pensamento, a produtividade, criatividade, segurança e saúde serão afetados de acordo com o quanto você dormir. Um bom sono é o melhor preditor de expectativa e qualidade de vida”, afirma.


Sono e aprendizagem

Além de melhorar o estado de alerta, o sono – particularmente o estado conhecido como movimento rápido dos olhos, ou REM na sigla em inglês – é um caminho para o cérebro armazenar novas informações na memória de longo prazo. Maas explica que o cérebro faz isso por meio de um fenômeno que os pesquisadores só recentemente descobriram, chamado “fusos do sono”.

Os fusos do sono durante o REM, fase do sono que ocorre geralmente no final da noite, entre as horas sexta e oitava do sono, quando as pessoas são mais suscetíveis a sonhar. Na verdade, diz Maas, padrões neurais do cérebro durante o sono REM são semelhantes aos de seu estado desperto.

Durante o sono REM, o cérebro reabastece neurotransmissores que organizam as redes neurais essenciais responsáveis pela memória, aprendizagem, desempenho e resolução de problemas. Por outro lado, privar o cérebro do sono “faz você infeliz, ‘burro’ e insalubre”, diz o autor.

Ele cita como exemplo quando estamos aprendendo alguma atividade física que exija técnica, como jogar golfe. Se você não dormir o suficiente – mais de seis horas por noite – entre uma aula e um jogo, o desempenho é como se você não tivesse sequer treinando.

Segundo Maas, isso acontece porque durante o sono REM o cérebro transfere memórias de curto prazo no córtex motor para o lobo temporal para que se tornem memórias de longo prazo. A pesquisa sugere os fusos de sono ativam o lobo temporal, fazendo com que ele interprete as novas informações e as armazene na memória de longo prazo.

“Pior, dormir menos de seis horas por noite pode bloquear os fusos do sono impedindo que novas informações sejam armazenadas na memória de longo prazo”, diz Maas.


Sono subjetivo

Em outro estudo, pesquisadorda Universidade Estadual San Jose mostra que não basta dormir bem, mas ter consciência disso. A pesquisa de Robert Hicks mostrou que apesar de dormirem a mesma quantidade de horas por noite, algumas pessoas diziam estarem renovadas enquanto outras sentiam que não tinham dormido o suficiente.

O estudo foi feito com base em um questionários. Os participantes deveriam dizer se concordavam ou não com afirmações do tipo “Eu não consigo pensar com clareza”, “Eu tenho problemas para manter o esforço físico durante um longo período” e “Eu sou menos capaz de lidar com problemas emocionais”.

Ele descobriu com as respostas que aqueles que pontuaram mais e menos dormiam praticamente a mesma quantidade de horas por noite. “Eles dormiam quase o mesmo tempo, mas percebiam o valor de seu sono de forma muito diferente”, diz.

Por que a diferença? Hicks examinou os dois grupos e descobriu que eles variaram em uma área inesperada: o grupo de alta fadiga (que se sentia mais cansado) relatou que sofria com mais frequencia de pesadelos e terrores noturnos onde reviviam experiências traumáticas. Este tipo de sonho é comumente associado com emoções intensas e, por isso, o sonhador pode acordar frequentemente durante a noite.

Embora Hicks continue sua pesquisa nesta área, ele afirma que por acordar várias vezes a noite por conta da forte carga emocional, isso leva estas pessoas a relatar que seu sono não é de recuperação, mesmo que tenham dormido mais de seis horas, finaliza.

Fonte CENÁRIO MT

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